A segunda reunião entre prefeitos, secretários e santas casas da Microrregional de Saúde de Poços de Caldas trouxe ainda mais alinhamento nas ações dos municípios envolvidos
Os municípios estão alinhados tanto na manutenção de medidas restritivas e de higiene para garantir o distanciamento e diminuir os índices de contaminação por covid-19, quando na manutenção do funcionamento do comércio.
Autoridades dos municípios da regional e mais Ipuiuna se reuniram em Santa Rita de Caldas nesta tarde e se posicionaram contrários ao lockdown, mas alinharam os horários de funcionamento do comércio, entre outras medidas para evitar aglomerações e frear o trânsito de pessoas a passeio entre as cidades. Uma das medidas será o fechamento do comércio nas sete cidades presentes às 15h aos domingos, conforme já está acontecendo em Poços de Caldas.
Ailton Goulart, prefeito de Caldas, mencionou a responsabilidade social dos governantes, que precisam olhar por todos. Segundo ele, “o comércio já está extremamente fragilizado e se acontecer um novo fechamento, muitos provavelmente não abrirão mais as portas e o desemprego tende a piorar. Precisamos endurecer as leis, fiscalizar e multar para tentar manter as pessoas trabalhando, ao mesmo tempo que corremos atrás de mais vacinas.”
Os prefeitos de Albertina, Andradas, Caldas, Ibitiúra, Ipuiuna, Santa Rita de Caldas e Poços de Caldas, discutiram também sobre a necessidade tanto de intensificar a vacinação, quanto de solicitar ajuda das esferas superiores de Governo para que a compra e a distribuição de vacinas contra o coronavírus passe a ser mais eficiente do que a forma como está ocorrendo.
“Precisamos vacinar mais e melhorar a situação de saúde de todas as cidades. Desta forma, nosso sistema de saúde continuará capaz de atender adequadamente a todos da microrregional”, comentou o prefeito Sérgio Azevedo, de Poços de Caldas.
Ficou decidido que a pauta será oficialmente encaminhada tanto à Regional de Saúde, quanto à Associação de Municípios Mineiros para que ajudem a convencer os Governos Estadual e Federal a comprar mais doses de vacinas e a encontrarem formas de ajudarem a manter os atendimentos de saúde dos municípios.
A secretária de Saúde de Santa Rita, entre outros presentes, relatou o encarecimento dos medicamentos e insumos e a falta de muitos deles no mercado. “Medicamentos como anestésicos e antibióticos estão sendo trocados entre municípios porque estão em falta no mercado”, observou a secretária Raissa Salum.
Os municípios presentes assinaram, na semana anterior, carta de intenção para formação de consórcio para aquisição de imunizantes. A secretária executiva do Cismarpa (Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Municípios da Microrregião do Alto Rio Pardo), Ceila Mariano, foi enfática em dizer que o consórcio está à disposição se esta for a melhor saída para os prefeitos.
Porém, foi bem colocado na discussão, que a compra isolada de vacinas, a não ser que seja para doação ao SUS, representa desmantelar a política de saúde igualitária defendida pelo Sistema Único de Saúde, cuja relatoria teve a participação do Dr. Carlos Mosconi, atual secretário de saúde de Poços de Caldas, também presente na reunião. É consenso de que a disparidade de renda entre os municípios vai influenciar na capacidade de compra, logística, manuseio e aplicação de vacinas à população.
Todos os presentes se mostraram dispostos a se desdobrarem como for necessário para melhorar a saúde dos seus munícipes e para garantir também a saúde financeira e psicológica das pessoas, trabalhando em conjunto e lutando para que cada ente federativo assuma seu papel a fim de abreviar ao máximo esta situação, que infelizmente, está ainda se mostra longe de chegar ao fim.