Plantio de mudas uniu administração pública, membros da tribo, populares e empresários.
Os membros da tribo indígena Kiriri, originária do oeste da Bahia, foram acolhidos pela comunidade do Rio Verde, bairro caldense, logo que os indígenas chegaram, há cerca de três anos.
Desde o início, foi desenvolvido um bom relacionamento entre os indígenas e os moradores do bairro. Foram as famílias do Rio Verde que lhes ofereceram os primeiros trabalhos e, em homenagem ao acolhimento, o nome do bairro foi incorporado ao nome da tribo.
No final de novembro foi realizado o mutirão para o plantio de 500 árvores nativas e frutíferas silvestres nas terras da aldeia. Com o objetivo de gerar sombra e produzir alimentos, o movimento uniu indígenas, membros das Secretarias de Meio Ambiente e Agropecuária de Caldas, populares e empresários.
As 500 mudas foram doadas por Renato JunioFranco Ridolfi, que o fez em cumprimento de Termo de Cessão de Uso de Bem Imóvel Público. O “Supermercados Pinduka” doou todas as caixas de madeira para o acondicionamento e transporte das mudas.
O trabalho teve início com o diagnóstico das áreas de plantio, feito de maneira prévia pela Secretária de Meio Ambiente, Priscila Bueno e pelo Secretário de Agropecuária, Roberto Kozuki. Na sequência, houve a seleção e classificação das mudas e o seu transporte até as áreas de plantio. No sábado, dia 30 de novembro, foi realizado o mutirão, onde representantes da administração pública, indígenas e populares se distribuíram nas tarefas de abrir covas, corrigir e adubar o solo, plantar e preparar o delicioso almoço servido aos participantes.
O plantio das 500 árvores é o ponta pé inicial para diversas outras ações de recuperação e restauração florestal, que deverão ocorrer nos próximos meses por todo o município caldense.
Os Kiriri do Rio Verde estão instalados atualmente em onze casas de pau a pique, todas construídas por eles mesmos. Sua principal atividade é o trabalho na agricultura. Eles prestam serviços em sítios da região e realizam o plantio de cereais, leguminosas e hortaliças na aldeia. Seu artesanato é muito rico e pode ser adquirido na própria aldeia ou em eventos onde eles expõem seus trabalhos.
Alguns dos Kiriri são professores, formados em pedagogia indígena, incluindo a Carliusa Ramos, esposa do Cacique, Adenilson de França Santos.Graças a esta formação, a tribo conquistou uma escola local com seus próprios professores.
Este ano a escola foi o segundo endereço da Escola Estadual Vicenti Landi Júnior, de Caldas,onde foram ministradas aulas dos anos finais do Ensino Fundamental regular e também na modalidade EJA (Ensino para Jovens e Adultos).
Para 2020 já foram aprovadas as aulas para os anos do Ensino Médio e está em fase de aprovação no Ministério da Educação a implantação da Educação Infantil, quando a escola da tribo será também o segundo endereço de uma escola regular mantida pela Prefeitura de Caldas.