O Patrimônio Cultural é o conjunto de todos os bens, das manifestações culturais, das celebrações e das tradições tanto materiais quanto imateriais, que são reconhecidos por determinada comunidade por sua relevância histórica, cultural e identitária e, assim, adquire valor simbólico e merece ser preservado.
Neste ano de 2022 foram atualizadas as fichas dos bens que constam no rol de bens inventariados em Caldas. Conheça quais são:
Casa Fonseca Duarte (Cereais) LTDA – Quintas de Caldas (solicitação de supressão).
A Casa Fonseca Duarte (Cereais) LTDA – Quintas de Caldas foi adquirida em 1940 para funcionar como filial da empresa Fonseca Duarte & Cia, fundada em 1937. A empresa cultivava uvas e a casa se tornou uma adega. Devido ao clima e solo propícios para o cultivo de uvas na cidade,
Caldas ganhou fama pelos vinhos produzidos na região. Até o ano de 1986 a adega funcionou participando todos os anos da tradicional Festa da Uva de Caldas. Por conta disso o imóvel foi inventariado em 2006. Nesse mesmo ano, quando o inventário foi feito, o imóvel já não funcionava como adega sendo alugado para moradia e o terreno era utilizado para o plantio de morangos, hortaliças, legumes e verduras pelos locatários. Atualmente o local está abandonado e a edificação em ruínas. Por esse motivo e, com anuência do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural, o bem passa a constar na lista de bens inventariados do município como “suprimido” e sua atualização não será mais necessária conforme Portaria IEPHA No 26/2021.
Igreja Nossa Senhora do Rosário.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário teve sua construção iniciada na década de 1920 por Joaquim Amarante que fez uma promessa a Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito para que sua filha, que não conseguia andar, pudesse adquirir os movimentos da perna.
Quando a graça foi alcançada, Joaquim Amarante construiu o templo religioso com recursos próprios. A edificação que abriga o templo religioso encanta pela beleza de sua arquitetura e imagens que fazem parte da devoção católica do município, por conta disso, em 2006 o bem foi inventariado.
Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio.
Estima-se que a Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio tenha sido construída em 1812. Assim como aconteceu com diversas outras cidades brasileiras, a Matriz foi construída no alto de uma colina e a cidade cresceu ao redor. A edificação teria sido construída no local onde antes existia um antigo cemitério indígena. Essa edificação foi inventariada em 2006 e encanta pela beleza de sua arquitetura, pelos detalhes internos e imagens que fazem parte da devoção católica do município, estando intimamente relacionada com a formação do que hoje se conhece como Caldas.
Quadro “Anunciação à Virgem Maria”.
O Quadro “Anunciação à Virgem Maria”, em exposição há mais de 150 anos na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Patrocínio, em Caldas, é uma obra de arte pintada na Suécia, por Fredric Westin. Ele representa o momento em que o Anjo Gabriel anunciou à Maria que ela seria a mãe de Jesus. Fredric era tio de Lourenço Westin, que trouxe a obra para o Brasil, vindo trabalhar como primeiro Cônsul Geral do Reino Unido da
Suécia e Noruega, na Corte de D. Pedro I. Em 1840, quando se afastou das funções consulares se mudou para o município de Caldas, adquirindo a Fazenda do Jardim onde faleceu em 1846. Após sua morte, o sobrinho Augusto Rodolfo Westin, que cuidou dos bens de Lourenço, fez a doação do Quadro da Anunciação à Igreja Matriz de Caldas. Em 2006, o bem foi inventariado e tombado como Patrimônio Cultural Material de Caldas.
Palácio da Uva – Copas.
O prédio do Palácio da Uva foi a primeira edificação de dois pavimentos construída em Caldas. Teve sua construção iniciada entre as décadas de 1930 e 1940 com o objetivo de abrigar um hotel cassino. O prédio era de propriedade da Sociedade Comercial Industrial de Caldas, mesma responsável pela construção da Sociedade Vinícola de Caldas. Com a proibição dos jogos de cassino, o prédio ficou abandonado por muitos anos, sendo adquirido pela Igreja Católica na década de 1960. Durante o mandato de Clóvis Batista de Carvalho (1967-1972), como prefeito da cidade, a Igreja doou para a Prefeitura o andar superior do imóvel. Hoje o espaço abriga, na parte de baixo, a pastoral da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio e alguns comércios e, na parte superior, existe quadra de esportes e as salas das Secretarias de Esporte e Turismo.
Residência Rua Cônego João Aristides, 33.
A Residência da Rua Cônego João Aristides, no33, é considerada um dos imóveis mais antigos da cidade de Caldas, representando o início da urbanização do município. Teria sido construída entre 1889 e 1891. Foi residência do Capitão Apolinário Pinto de Carvalho e sua família. Posteriormente, a casa pertenceu ao Sr. Faustino Pereira e, depois de seu falecimento, os herdeiros venderam o imóvel para a Santa Casa de Misericórdia. A casa então passou a ser usada como depósito da Santa Casa. Em 2013, a Casa da Cultura de Caldas fez um comodato de 20 anos com a Santa Casa para que a edificação pudesse abrigar a sede da Casa da Cultura. A Prefeitura Municipal, então, restaurou o local e, em 28 de março de 2014, a Casa da Cultura foi inaugurada nesse espaço. Por seu valor histórico, cultural e arquitetônico o bem foi inventariado e tombado no ano de 2007 no município. Atualmente no espaço, além da Casa da Cultura, também funciona a Secretaria de Cultura e são oferecidas oficinas de violão, pintura e artes plásticas, além de abrigar exposições permanentes e temporárias.
Sociedade Vinícola de Caldas Ltda.
A edificação que abriga a Sociedade Vinícola de Caldas foi construída por volta de 1936-1941, pelo Dr. Mário Fontana, com a finalidade de ser vinícola. A produção de vinhos era base da economia local com grande geração de empregos, pois Caldas estava inserida numa região produtora de uvas de várias castas. Além da produção de vinhos, no salão da
vinícola aconteceram bailes, festas e carnavais. Por conta disso, no ano de 2006, o bem foi inventariado como Patrimônio Cultural do município. Atualmente, na parte da frente do prédio, funciona o Restaurante Vinícola. Na lateral para a Rua Lavínia Gabriela Teixeira funciona uma loja de provedor Internet “Nowtech” e ao lado funciona uma loja de eletrodomésticos, eletrônicos e móveis “Lojas IM”. Já nos fundos do prédio, no andar inferior, funciona a fábrica de doces e bolachas “Goulart Alimentos”.
Novo bem inventariado em 2022: O uso terapêutico das águas termais de
Pocinhos do Rio Verde.
O município de Caldas, no Sul de Minas Gerais, traz em seu nome a marca das águas quentes que brotam do solo, às margens do Rio Verde, e que levam anualmente para o lugar milhares de pessoas em busca do valor terapêutico das águas termais, desde o século XIX aos dias atuais. As águas sulfurosas da estância hidromineral de Pocinhos do Rio Verde foram descobertas ainda no início do século XIX, quando forasteiros começaram a procurá-las, instalando barracas e ranchos ao redor das emergências das águas subterrâneas para que o gado doente pudesse beber da água e se curar. O sueco Anders Fredrik Regnell foi quem primeiro analisou e descreveu as propriedades das águas de Pocinhos do Rio Verde, por volta de 1870. Depois da comprovação científica, feita na Universidade de Upsala, na Suécia, de que as águas tinham propriedades terapêuticas específicas que poderiam contribuir para o tratamento de doenças, diversos projetos de captação e uso das águas foram feitos. As águas termais de Pocinhos do Rio Verde são usadas ininterruptamente como prática coletiva para usos terapêuticos distintos. Essas práticas e saberes foram passados de geração a geração e foram os resultados positivos das terapias, sejam elas empíricas ou com indicações médicas com os usos das águas, que mantiveram essas práticas até o presente. Por esse motivo, os saberes e as práticas terapêuticas a partir do uso das águas termais de Pocinhos do Rio Verde receberam a proteção do Registro como Patrimônio Imaterial de Caldas – MG e está sendo inventariado pela municipalidade.