A HISTÓRIA

Para contar a história de Caldas é preciso voltar ao início do século XVIII, quando estas terras ainda eram povoadas pelos índios Tapuias e Cataguazes. Na época os faisqueiros*, desiludidos com o ouro nas regiões mineradoras do Centro do estado, encontraram nos campos naturais da região uma excelente alternativa para criar gado.

Da escassez do ouro ao vasto capim, rico como alimento para o gado, foi assim que a região passou a ser ocupada por ex-faisqueiros e por tropeiros que se apossaram de grandes quantidades de terra para a criação de gado.

Com essa ocupação, em 27 de março de 1813, é expedido o Alvará Régio que eleva o povoado conhecido como “Campos de Caldas” à freguesia de Nossa Senhora do Patrocínio do “Rio Verde das Caldas”. A Freguesia é elevada à categoria de Vila pela Lei nº 134 de 16 de março de 1839, empossando-se a Câmara Municipal da Nova Vila em 13 de dezembro do mesmo ano e passando a denominar-se Villa de Caldas.

* Homens que procuravam por faíscas de ouro e diamantes que afloravam sobre o leito dos rios.

ASPECTOS HISTÓRICOS E INSERÇÃO REGIONAL

O município de Caldas, antigamente conhecido como Paragens dos Bugres, teve sua origem com as entradas e bandeiras que desbravaram o sertão em busca de riquezas. Situada num local de disputas entre as capitanias de Minas e São Paulo, a região dos Campos de Caldas prosperou, apesar dos conflitos e da decadência da mineração. Segundo o IBGE, foi devido à diminuição do rendimento dos centros auríferos, que os faiscadores empobrecidos passaram a buscar regiões favoráveis à agricultura e a pecuária. Devido à riqueza dos campos naturais que os primeiros moradores se estabeleceram, introduzindo a atividade pastoril.

Segundo esta fonte, o Planalto da Pedra Branca está ligado a esse ciclo agropecuário e foi por volta de 1780, que o português Antônio Gomes de Freitas e sua esposa, Maria Rodrigues Machado, residentes em Aiuruoca, compraram a “Fazenda dos Bugres”, assim denominada por julgar-se ter sido o território da antiga aldeia de índios tapuias, seus primitivos habitantes, conforme vestígios encontrados nas proximidades do ribeirão que banha o povoado e que também tomou esse nome (Ribeirão dos Bugres).

Antônio Gomes de Freitas é considerado o fundador do povoado dos “Campos de Caldas”.

Além das razões de ordem econômica, motivos de natureza política (opressão do Reino em Vila Rica, no Tijuco e em São João Del Rei) contribuíram para o povoamento do Planalto. Assim, a região desenvolvida e valorizada, passou a ser conhecida pelo nome de Campos de Caldas, afirmando-se como grande produtora de uvas e vasto rebanho bovino.

Data de 1876 o início da fabricação de vinho de uvas, tornando-se conhecido em todo o país. Em 1938, a intensificação da cultura vinícola motivou a mudança do nome de Caldas para Parreiras, que assim permaneceu por dez anos, voltando a se chamar Caldas em 1948.

O topônimo Caldas provém do latim cal(i)dae (quente), aquae (águas), isto é, lugar onde nascem fontes termais cujas águas tem poderes medicinais principalmente para tratamento de doenças cutâneas.

Formação Administrativa – CRONOLOGIA

Freguesia criada com a denominação de Nossa Senhora do Patrocínio do “Rio Verde das Caldas”, pelo Alvará de 27 de março de 1813;

Elevado à categoria de Vila com a denominação de Caldas, pela Lei nº 134, de 16 de março de 1839, empossando-se Câmara Municipal da nova Vila em 13 de dezembro do mesmo ano, com sede na antiga Freguesia de Rio Verde das Caldas;

Pela lei provincial no 1581, de 22-07-1868, e por lei estadual nº 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Santa Rita de Cassia do Rio Claro e anexado ao município de Caldas;

Elevado à condição de Comarca (cidade) com a denominação de Caldas, pela lei provincial nº 2087, de 24-12-1874;

Pela lei estadual n 513, de 11-10-1909, o distrito de Santa Rita de Cassia do Rio Claro passou a denominar-se Santa Rita de Caldas;

Pela lei estadual n 556, de 30-08-1911, é criado o distrito de Ipuiuna e anexado ao município de Caldas. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município de Caldas é constituído de 3 distritos: Caldas, Ipuiuna e Santa Rita de Caldas.
Assim permanecendo nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920;

Pela lei estadual n 843, de 07-09-1923, é criado o distrito de Ibitiúra, desmembrado do distrito de Santa Rita de Caldas e anexado ao município de Caldas;

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 4 distritos: Caldas, Ibitiúra, Ipuiuna e Santa Rita de Caldas.
Assim permanecendo na divisão territorial datada de 31-XII- 1936 e 31-XII-1937;

Pelo decreto lei estadual nº 148, de 17-12-1938, o município de Caldas passou a denominar-se Parreiras.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município já denominado Parreiras é constituído de 4 distritos: Parreiras, Ibitiúra, Ipuiuna e Santa Rita de Caldas;

Pelo decreto lei estadual nº 1058, de 31-12-1943, desmembra do município de Parreiras os distritos Santa Rita de Caldas e Ipuiuna, para formar o novo município de Santa Rita de Caldas;

Pela lei estadual nº 336, de 27-12-1948, o município de Parreiras voltou a denominar-se Caldas. Sob a mesma lei é criado o distrito de Santana de Caldas e anexado ao município de Caldas;

Em divisão territorial datada de I-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: Caldas, Ibitiúra e Santana de Caldas;

Pela lei estadual nº 1039, de 12-12-1953, é criado o distrito de São Pedro de Caldas e anexado ao município de Caldas;

Em divisão territorial datada de I-VII-1955, o município é constituído de 4 distritos Caldas, Ibitiúra, Santana de Caldas e São Pedro de Caldas.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de I-VII-1960;

Pela lei estadual nº 2764, de 30-12-1962, desmembra do município de Caldas o distrito de Ibitiúra. Elevado à categoria de município com a denominação Ibitiúra de Minas;

Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 3 distritos: Caldas, Santana de Caldas e São Pedro de Caldas;

Pela lei estadual nº 8285, de 08-10-1982, é criado o distrito de Laranjeiras de Caldas ex-Laranjeiras, desmembrado do distrito de Santana de Caldas e anexado ao município de Caldas;

Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 4 distritos: Caldas, Laranjeiras de Caldas, Santana de Caldas e São Pedro de Caldas.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007 até os dias atuais.

Alterações Toponímicas Municipais:

Santa Rita de Caldas para simplesmente Caldas alterado pela lei provincial nº 2087, de 24-12-1874.
Caldas para Parreiras alterado, pelo decreto lei estadual n 148, de 17-12-1938.
Parreiras para Caldas alterado, pela lei estadual nº 336, de 27-12-1948.

Fonte: IBGE / Monografia Municipal, Enciclopédia dos Municípios Brasileiros

ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS

A região do Sul de Minas possui várias potencialidades naturais que podem ser efetiva e racionalmente exploradas, pois apresentam grande diversidade em termos de recursos minerais, tais como: o ferro, a bauxita, o níquel, a água mineral, etc.

O município de Caldas se caracteriza pela extração de minerais metálicos e não-metálicos, cujos recursos minerais podem ser extraídos e utilizados em benefícios da vida humana. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais, em Caldas, dos metálicos encontramos o alumínio (Bauxita), o manganês, o zircônio e o potássio. Já os não-metálicos, que são recursos relativamente abundantes na natureza, há registros da ocorrência de argila (comuns e refratárias), britas, granitos, leucita (rochas potássicas), nefelina sienito, rochas ornamentais e zircão. No geral, o relevo do município encontra-se na proporção de 67% ondulado, 3% plano e 30% montanhoso.

CLIMA

O clima predominante em Caldas é o Tropical de Altitude, que é caracterizado pelas médias de temperatura oscilantes entre 18º e 22º C com amplitude térmica anual entre 7º C e 9º C apresentando um regime de chuvas anuais cujo índice varia entre 1.000 e 1.500 mm/ano. A precipitação pluviométrica é igual a do clima tropical, com chuvas de verão mais intensas devido à ação da massa tropical atlântica e no inverno com frentes frias originárias da massa polar atlântica podem provocar geadas.

ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS
A região do Sul de Minas possui várias potencialidades naturais que podem ser efetiva e racionalmente exploradas, pois apresentam grande diversidade em termos de recursos minerais, tais como: o ferro, a bauxita, o níquel, a água mineral, etc.

O município de Caldas se caracteriza pela extração de minerais metálicos e não-metálicos, cujos recursos minerais podem ser extraídos e utilizados em benefícios da vida humana. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais, em Caldas, dos metálicos encontramos o alumínio (Bauxita), o manganês, o zircônio e o potássio. Já os não-metálicos, que são recursos relativamente abundantes na natureza, há registros da ocorrência de argila (comuns e refratárias), britas, granitos, leucita (rochas potássicas), nefelina sienito, rochas ornamentais e zircão. No geral, o relevo do município encontra-se na proporção de 67% ondulado, 3% plano e 30% montanhoso.
CLIMA
O clima predominante em Caldas é o Tropical de Altitude, que é caracterizado pelas médias de temperatura oscilantes entre 18º e 22º C com amplitude térmica anual entre 7º C e 9º C apresentando um regime de chuvas anuais cujo índice varia entre 1.000 e 1.500 mm/ano. A precipitação pluviométrica é igual a do clima tropical, com chuvas de verão mais intensas devido à ação da massa tropical atlântica e no inverno com frentes frias originárias da massa polar atlântica podem provocar geadas.

DISTÂNCIAS
DISTÂNCIAS RODOVIÁRIAS DE CALDAS ÀS PRINCIPAIS CAPITAIS E CIDADES POLOS REGIONAIS (KM):

CAPITAIS:
Belo Horizonte/MG – 464km
Rio de Janeiro/RJ – 460km
São Paulo/SP – 266km
Brasília/DF – 910km
Vitória/ES – 888km
Curitiba/PR – 637km

CIDADES-POLOS REGIONAIS

Poços de Caldas – 32km
Pouso Alegre – 75km
Uberaba – 400km
Juiz de Fora – 412km
Viçosa – 524km
Campinas – 172km
Ribeirão Preto – 232km

Fontes: DER/MG e GOOGLE MAPS *distâncias aproximadas.

ECONOMIA MUNICIPAL
Segundo a pesquisa “Produção Agrícola Municipal” do IBGE (2008), Caldas está entre as 20 maiores produtores de batata-inglesa (em área plantada) do Estado e é a segunda maior produtora de uvas do Sul de Minas e quarta maior do Estado, com 151 hectares e produção de 955 toneladas de uvas. A produção de uvas, que rareou por um tempo, foi retomada com o Núcleo Tecnológico EPAMIG Uva e Vinho, onde são desenvolvidas diversas tecnologias para o plantio de vinhas e desenvolvimento do vinho em todo o Estado. As pesquisas e melhoramentos desenvolvidos na EPAMIG de Caldas são referência para o Brasil e para o mundo.

A atual administração municipal tem investido em políticas de apoio ao vitivinicultor por meio da ampliação de convênio com a EMATER e o resgate da tradicional Festa da Uva, o que resultou em safra recorde na produção de uvas em 2015 com produção de 1625 toneladas tornando Caldas a maior produtora de uvas do Sul de Minas e a terceira maior do estado.

O município também investe na pecuária (asinino, equino, muar, bovino, caprino, ovino, suínos, galinhas, etc.), tendo em 2010 a maior produção de rebanho bovino da região. São aproximadamente 24 mil litros de leite/dia, fornecido por famílias de 300 pequenos produtores do próprio município, que abastecem as fábricas produtoras de doces e laticínios. Em 2008, a produção de doces de uma delas, que tem cerca de 130 funcionários, atingiu 1,2 milhão de potes. Produção de mel (1.000 toneladas em 2010) e de ovos de galinha (72 mil dúzias em 2010). Outros segmentos importantes da economia do município são a mineração de granito, a produção de alimentos como o tomate, a cenoura e a mandioquinha e o turismo.

Segundo dados do IBGE, havia, no ano de 2010, um total de 516 Micro Pequenas Empresas (MPE) no município, sendo 138 do ramo da indústria, 15 do ramo da construção civil, 226 comércios e 137 prestadoras de serviços, que ao todo empregavam 1.101 funcionários.

HIDROGRAFIA
O município de Caldas está inserido na Bacia do Rio Grande e tem como principais rios: o Rio Pardo, Rio Capivari, Rio Verde e Rio Soberbo, além dos ribeirões “dos Bugres”, “das Campinas” e da “Pedra Branca”. Em seus rios existe a prática da pesca e são encontradas as seguintes espécies de peixes: Piau, Piratininga, Lambari, Bagre e Tabarana.

LOCALIZAÇÃO
O município de Caldas está inserido na Mesorregião do Sul/Sudoeste de Minas Gerais, na microrregião de Poços de Caldas e pertence à bacia do Rio Grande. A área territorial de Caldas corresponde a 713,634 km², com altitudes que variam de 1.790 (Serra da Pedra Branca) a 960 metros (Foz do Córrego do Angolinha no Rio Pardo), sendo a altitude do ponto central do município de 1.140 metros.

O município faz divisa com Poços de Caldas, Andradas, Ibitiúra de Minas, Santa Rita de Caldas, Campestre e Bandeira do Sul. E conta com três distritos: Laranjeiras de Caldas, Santana de Caldas e São Pedro de Caldas.

OS DISTRITOS
LARANJEIRAS DE CALDAS
Área com o maior crescimento do município por, estrategicamente, estar localizada às margens da rodovia BR-459 e há apenas 3 km de Poços de Caldas. Laranjeiras de Caldas concentra quase todas as indústrias da cidade como Saint Gobain, Cerâmica Caldas, Mineração Varginha, entre outras. Possui cerca de 1.843 habitantes. O distrito conta com abastecimento de água encanada pela COPASA, rede de telefonia fixa e cobertura de todas as operadoras de telefonias móvel. O comércio atende de maneira satisfatória, pois existem: posto de gasolina, supermercados, padaria, loja de materiais de construção, restaurante, bares, posto de saúde, cartório (registro civil e tabelionato), entre outros.

SANTANA DE CALDAS
Localizado a cerca de 7 km da rodovia BR-459 com acesso por estrada municipal pavimentada (obra realizada pela administração 2013-2016), o distrito de Santana de Caldas conta com a assistência de necessidades básicas com um comércio satisfatório, posto de saúde, educação fundamental, cartório e ampla assistência religiosa para os fieis católicos e evangélicos. O dinamismo político do povo santanense garante um representante na Câmara Municipal de Caldas. O distrito abriga a empresa Caldas Química.

SÃO PEDRO DE CALDAS
É o maior distrito do município, mesmo tendo menor número populacional (1.459 habitantes). Possui igreja construída na época da fundação dedicada ao padroeiro do distrito (São Pedro Apóstolo). Conta com praça arborizada, coreto, cartório, posto de saúde, posto de gasolina, quadra pública (coberta) e comércio satisfatório. A distância das vias de acesso pavimentadas interfere na instalação de empresas, tendo hoje, apenas indústrias de laticínios e grande atividade agropecuária. A administração 2013-2016 iniciou obras de pavimentação da estrada municipal que liga o Distrito a Caldas. Da extensão total de 20km, 4km já estão pavimentados.
POCINHOS DO RIO VERDE
Pocinhos do Rio Verde é a jóia de Caldas! Na Estância Hidromineral está o Parque Balneário Dr. Reynaldo de Oliveira Pimenta que possui completa infraestrutura para banhos quentes de imersão e hidromassagem com águas sulfurosas e saunas a vapor e seca. O Parque conta com três fontes de águas medicinais: Rio Verde, São José e Samaritana.

Pocinhos está na rota dos turistas e visitantes que procuram descanso e tranquilidade. Local ideal para desfrutar de momentos relaxantes e contemplar paisagens e recantos deslumbrantes. Localizado na cabeceira do vale do Rio Verde, o bairro está a 1.070 metros de altitude na Serra da Mantiqueira. Tem a hospitalidade e simplicidade como sinônimos da sua gente.

No bucólico centro de Pocinhos, encontra-se a igreja dedicada a São Vicente Ferrer. No alto do morro do Galo encontra-se a Capela de Santa Terezinha, construída por uma visitante que cumpriu promessa ao se curar com as águas miraculosas de Pocinhos do Rio Verde.

Em virtude da diversidade de atrativos turísticos e das águas medicinais, Caldas dispõe de rede hoteleira formada pelos seguintes hotéis: Itacor Hotel, Edmar Hotel, Grand Hotel Minas, Hotel Rio Verde, Hotel Fazenda do Ypê, Camping Bosque das Fontes, Pousada Chácara Tambasco e Pousada Vale Verde.

Além do Parque Balneário, existem muitos atrativos turísticos: piscinas naturais do Rio Soberbo, Bacião (poço profundo situado no rio Soberbo precedido de queda d`água), Areião (pequena ponta de areia formando uma praia natural na margem do rio Soberbo), Morro do Galo, Cascata Antônio Monteiro, Cachoeira dos Duendes e o Pico da Pedra Branca (ponto mais alto da região a 1920m).

BREVE HISTÓRICO DA ESTÂNCIA HIDROMINERAL DE POCINHOS DO RIO VERDE

Segundo a tradição local, não escrita, as águas sulfurosas de Pocinhos do Rio Verde já eram conhecidas, por suas propriedades medicinais desde os idos de 1850. As fontes estavam em terras da antiga fazenda Bom Retiro ou Rio Verde e serviam as seus donos e agregados.

Anteriormente à chegada do homem branco àquelas paragens, as terras do Planalto eram habitadas pelos índios Tapuias e Cataguazes. Os primeiros colonizadores foram caçadores e garimpeiros portugueses, que por ali apareceram ao final do século XVIII. Esses desbravadores, em busca de ouro ou na perseguição a animais, penetraram na região abrindo vias e estradas toscas e cavando os rios Verde e Pardo na prática do garimpo. Desiludidos com a baixa produção de ouro passam a se ocupar com a pecuária extensiva. O povoado que daria origem a Caldas teve como fundador Antônio Gomes de Freitas, que no século XVIII, juntamente com sua família, veio residir nessa região, construindo a “Fazenda dos Bugres”, considerada o núcleo do povoamento e desenvolvimento dos “Campos de Caldas”.

A exploração das águas minerais de Pocinhos só teve início em outubro do ano de 1910, com a constituição de uma sociedade entre Nicolau Tambasco Glória e Ângelo de Paiva Oliveira. Ao primeiro, coube capitalizar a sociedade com as fontes existentes ou que viessem a existir nos terrenos da fazenda Bom Retiro e com meio alqueire de terras ao redor das nascentes. Posteriormente, Angelo de Paiva transferiu a concessão das águas para a firma Loureiro Oliveira e Cia.

Após o falecimento de Nicolau, sua viúva autorizou a transferência dos direitos de explotação das águas a uma sociedade anônima, incluindo também a administração de cassino, teatro e hotéis que existissem na fazenda Bom Retiro ou Rio Verde. Dessa maneira, em um curto espaço de tempo, entre 1910 e 1911, as águas minerais de Pocinhos foram transferidas à Loureiro Oliveira e Cia., à Cia. Caldense e, em seguida, à Cia. Melhoramento de Poços e Caldas. No mesmo ano em que assumiu a concessão a Cia. Melhoramento construiu o pavilhão da fonte Samaritana, adaptou um prédio sobre a fonte Rio Verde, para ser usado como balneário, e instalou aparelhos para o engarrafamento da água.

Em 1917, o Doutor José Paiva Oliveira adquiriu e iniciou a expansão do Grand Hotel e tornou-se concessionário das águas.
À vista da falência da Cia. Melhoramento de Poços e Caldas, o Estado de Minas Gerais, em 1927, adquiriu seus ativos em concorrência pública e, em 1930, firmou contrato com José Paiva Oliveira, a título precário, para exploração das fontes e demais benfeitorias existentes.

Esse contrato foi transferido, com anuência do Estado, a Marius Pellisier que, em 1937, voltou a devolvê-lo a José Paiva. Esta última transação não teve o respaldo do Estado, que manifestou às partes sua intenção de reformar as instalações de Pocinhos. Entretanto, a explotação das águas continuou a ser feita segundo o contrato firmado a título precário.
Em 17 de dezembro de 1938, por meio do Decreto n° 148, o Estado de Minas Gerais declarou Pocinhos do Rio Verde como Estância Hidromineral.

Além das atividades proporcionadas pelas águas minerais de propriedades medicinais (sulfurosas e radioativas) de Pocinhos do Rio Verde, traduzidas pelo movimento turístico, ao final do século XIX foram introduzidos em Caldas o cultivo da uva, a fabricação de doces, queijos e vinhos, que diversificaram a economia e consolidaram o desenvolvimento social e turístico da região.

PONTOS TURÍSTICOS
IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO
Resquícios indicam que a construção da igreja foi no ano de 1812, por tratar-se do primeiro registro de batismo, entretanto, perdeu seu aspecto original ao longo de várias reformas. No seu interior encontramos a imagem da padroeira da cidade, Nossa Senhora do Patrocínio. A escultura veio de Portugal, doada pelo barão de Caldas em 1881 e ocupa o altar da igreja. Na entrada principal da igreja está o quadro da Anunciação à Virgem Maria. A decoração interna, com vitrais, colunas, lustres e altares foi inaugurada em 1958.

QUADRO DA ANUNCIAÇÃO
O quadro da Anunciação está exposto na Igreja Matriz, é um dos patrimônios tombados da cidade. Pintado pelo artista sueco Frederick Westin (Estocolmo 1782-1862), foi doado para a matriz por seus herdeiros. A obra representa o momento em que o Anjo Gabriel anuncia à Virgem Maria que ela seria mãe de Jesus Cristo.

IGREJA DO ROSÁRIO
A Igreja do Rosário, como vemos hoje, na Praça Joaquim Amarante, foi construída por volta de 1924. A igreja apresenta fachada de um só plano com torre central. O seu interior é simples, tendo um balaústre de madeira. Na capela-mor encontra-se um altar de madeira com pintura singela no nicho central com a imagem de Nossa Senhora do Rosário. A igreja fica de frente para a Matriz a 500 metros de distância. Entre os dois templos estão os jardins centrais de Caldas, com a Fonte Luminosa e o Coreto.

TÚMULO DE ANDRÉ REGNEL
André Regnel, como ficou conhecido em Caldas, era natural de Estocolmo, Suécia. Médico de formação e naturalista por vocação. Veio ao Brasil para curar-se de uma doença nos pulmões, pois necessitava de ar puro e clima temperado. Encontrou em Caldas clima tropical de altitude. Chegou a cidade por indicação de Lourenço Westin, ex-cônsul da Suécia. Com êxito, conciliou com a medicina e a coleta de plantas da região durante os 43 anos em que viveu no município. Regnel faleceu no dia 13/09/1884, sendo sepultado no cemitério local. Deixou como herança um Jardim Botânico em sua terra natal com plantas da região de Caldas.

FAZENDA EPAMIG
A Estação de Viticultura e Enologia fundada em 1936 é hoje a base do Núcleo Tecnológico EPAMIG Uva e Vinho, norteador e responsável pelas estratégicas de pesquisa em vitivinicultura para o estado de Minas Gerais. Além da pesquisa, sua principal atividade, o Núcleo Tecnológico produz mudas de videiras, presta serviços laboratoriais e produz vinhos e espumantes em sua vinícola experimental. Única da região sudeste do país com essas características.

PEDRA DO CORAÇÃO E CAPELA DE SANTA BÁRBARA
Um dos cartões postais de Caldas, localizada no lado sul da cidade, há 1350 metros de altitude, na Serra do Maranhão. Seu formato lembra um coração. A subida pode ser feita em uma caminhada ou de carro até o início de uma trilha, feita a pé. A capelinha de Santa Bárbara, erguida sobre a pedra, simboliza a cultura do catolicismo que está no coração do povo caldense. Sobre a pedra é possível ver toda a cidade de Caldas.

PEDRA BRANCA
A 1.800 metros de altitude, o local é apreciado por aventureiros, amantes da natureza e pesquisadores. Um dos cartões postais mais belos do Sul de Minas, de onde é possível conhecer e apreciar o “mar de Minas” (mar de montanhas). A pedra é conhecida por seus afloramentos rochosos, cheio de ranhuras e por sua rica biodiversidade rupestre, com espécies vegetais encontradas só aqui.

PEDRA DO TRIPUÍ
Na zona rural do município, um dos maiores corpos de pedra do Brasil, com altitude variando entre 1500 a 1700 metros, o local é indicado para aqueles que buscam solicitude. Outros atrativos do local são grutas naturais e as plantas rupestres.

MORRO GRANDE
O Morro Grande é uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) pertencente à CBA (Companhia Brasileira de Alumínio). A reserva representa as formações vegetais da região, recoberta por campos naturais de altitude e mosaicos de Mata Atlântica. O Local é um referente centro de educação ambiental e ecoturismo da região.

BALNEÁRIO REYNALDO DE OLIVEIRA PIMENTA
O Balneário Reynaldo de Oliveira Pimenta é o ponto turístico mais conhecido e está localizado em Pocinhos do Rio Verde. Dentro do prédio principal são oferecidos banhos de hidromassagem e duchas com águas sulfurosas, radioativas e alcalinas. A sauna é outro atrativo do local.

Dentro do Parque Balneário estão as três fontes de águas medicinais conhecidas historicamente por seus benefícios. Elas estão às margens do Rio Verde.

FONTE SÃO JOSÉ: Exclusivamente para tratamentos externos, indicada para os casos de dermatoses e lesões cutâneas.
FONTE RIO VERDE: Águas radioativas e sulfurosas, cicatrizantes e sedativas. Indicadas para colites, amebíase e giardíase intestinal.
FONTE SAMARITANA: Fonte de águas radioativas, alcalinas, sulfurosas e cicatrizantes. Indicada para a diarreia por amebiose e giardíase intestinal. Também recomendável para intestino solto.

MORRO DO GALO E IGREJA DE SANTA TEREZINHA
Localizado a menos de 500 metros do balneário, o local é propício para uma pequena caminhada nas primeiras horas do dia. Do alto do morro é possível ter uma bela vista de Pocinhos e região e ver de perto as inflorescências dos campos montanhosos.

BACIÃO, AREIÃO E RIO SOBERBO
O Bacião, localizado em Pocinhos do Rio Verde, é uma grande piscina natural do Rio Soberbo. No local é possível se banhar e apreciar as belezas das corredeiras do rio. Logo abaixo, um banco de areia também é utilizado para quem quer tomar banho de sol e aproveitar as águas calmas, poucos metros antes do encontro do Soberbo com o Verde. Lembrando que o local oferece alguns riscos, por isso é sempre bom estar acompanhando de um guia local.

CASCATA ANTÔNIO MONTEIRO
Localizada a menos de 2 Km do centro de Pocinhos do Rio Verde, é muito procurada por banhistas que querem relaxar com um banho de água corrente em uma linda piscina natural. Na Cascata também é possível tomar banho de duchas. O entorno conta com trilhas e quiosques com churrasqueiras.

CACHOEIRA DOS DUENDES
A Cachoeira dos Duendes está localizada entre Pocinhos e a Pedra Branca, na zona rural. No local Há uma linda mata ciliar, de onde é possível ter uma vista privilegiada da Pedra Branca.

CACHOEIRA DA SAUDADE
A cachoeira está localizada no Rio Pardo, na zona rural, a cerca de 15 quilômetros do centro de Caldas.

CACHOEIRA DA RAPADURA
Localizada no Rio Capivari, a cerca de 15 quilômetros de Caldas, também na zona rural.

VEGETAÇÃO
O município de Caldas faz parte do bioma da Mata Atlântica, que é constituído por uma variedade de formações e um diversificado conjunto de ecossistemas florestais, possui estruturas e composições florísticas que acompanham as características climáticas das regiões onde este tipo de vegetação ocorre, além de uma biodiversidade de flora e fauna.

Apesar de ocorrência do desmatamento para utilização da terra pela agricultura e pela exploração mineral, há áreas preservadas e protegidas, que podem ser encontradas na localidade, como as Reservas Particulares do Patrimônio Natural da Mata Atlântica (RPPN) da Pedra Branca (15 ha) e do Morro Grande (363,58 ha), que possuem uma grande biodiversidade e belezas naturais, tais como: paisagens, cachoeiras e nascentes de águas minerais.

É importante ressaltar, que Caldas é um dos oito principais municípios mineiros, que fazem parte do Circuito das Águas, por possuírem águas que curam; um desses atrativos é o Balneário Dr. Reinaldo de Oliveira Pimenta. Além de outras belezas naturais, tais como fontes, cascatas e cachoeiras.

CALDAS: ENTRE MONTANHAS, UM CORAÇÃO MINEIRO.